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Entrevista com Adriane Bueno



Olá náuticos leitores, eu, Carlos Alves, idealizador e administrador desse sítio, tenho o orgulho de lhes trazer esta entrevista com Adriane Bueno, que é uma escritora riograndense que adora poesias, formada em Direito pela FURG e que em breve estará publicando o seu livro Casa de Ventos e Sussurros. Ela nos agraciou com suas opiniões sobre literatura. Confira abaixo um pouco dessa poetisa riograndense.



 1. Adriane, que livro você está lendo?
Puxa, esse é um problema, pois sou leitora compulsiva. Tenho o hábito de ler de três a cinco livros ao mesmo tempo. No momento, terminei de ler Matadouro 5, de Kurt Vonnegut, mas, ao mesmo tempo, estou lendo Mrs. Dalloway, Virginia Woolf, Não me abandone jamais, de Kazou Ishiguro, La mala hora, de Gabriel García Márquez, Fragmentos do Passado, de uma poeta riograndina, e acompanhando as crônicas de Rody Cáceres, também de Rio Grande.
Fora os livros de direito, que não vou nomear, para uma pequena monografia jurídica que estou escrevendo e pretendo publicar em meu blog , através de uma editora aqui do sul, parceira da OAB, e, se quiseres, aqui no Cromossomos (risos).


2. Você se lembra do primeiro livro que você leu?
Vou mencionar, independente do que pensam sobre ele, o primeiro livro que li e onde aprendi a gostar de ler, tanto assuntos de difícil interpretação quanto de fácil compreensão: a Bíblia.
Em seguida li um livro que muito me tocou: Zé da Carrapeta, o guia de cegos, não lembro o autor, mas por tratar da questão nordestina eu li mais de uma vez. Eu tinha 9 ou dez anos. Li quase todos os livros das coleções Vagalume e Para Gostar de Ler, também nessa fase.
Depois passei para os clássicos brasileiros do romantismo e do modernismo. Após viajei para a literatura estrangeira. Enfim, fora o primeiro mencionado, não posso apontar o primeiro livro que li e me marcou, porque tanto a Biblia quanto as duas coleções que mencionei foram os que mais ficaram gravados em minha mente como as primeiras leituras significativas.

3. Você tem um gênero favorito? Qual?
Na verdade, acho que já deu para notar que sou bem eclética, isso ocorre por causa da minha criação, meus pais me ensinaram a ser assim. Gosto de drama, ficção científica, suspense, livros históricos, sejam de ficção ou não, etc. Mas, definitivamente amo os clássicos, nacionais e estrangeiros.

4. Alguns escritores além de grandes artistas são vistos como “pop stars” por muitos leitores. Você tem ídolos escritores? Quais?
Não digo ídolos, mas pessoas que me inspiram, que me fazem refletir. Posso citar: Machado de Assis, Cecília Meireles e Clarice Lispector, Manoel Bandeira, Dyonelio Machado, Mario Quintana, entre alguns no círculo brasileiro, e Tania Meneses, de Sergipe, que escreve no Recanto das Letras. Estou tentando ler autores riograndinos também, pois acredito que eles valem tanto quanto autores já reconhecidos.
A nível estrangeiro: Henry James, Jane Austen, as irmãs Brontë (gosto muito de literatura inglesa), Eça de Queiroz, Virginia Woolf. Mais atualmente estou descobrindo alguns autores como o Kurt, mencionado acima, Ray Bradbury (Fahrenheit 451), alguma coisa de Saramago (muito pouca), Gabriel Gárcia Márquez, Jorge Luiz Borges, e literatura infanto-juvenil. É bom trabalhar o lado criança de vez em quando (risos).
E sempre revisito os clássicos, eles têm sempre um novo colorido a acrescentar ao que escrevo. É eu não sou conhecida pela minha objetividade nas respostas, como vocês podem ver (risos)

5. A internet está impulsionando a literatura com o movimento que o Cromossomos Palavras denomina de ciber-literatura. O que você acha desse movimento que está dando espaço para novos escritores e é a ponte direta para o leitor internauta?
Acredito que seja importante, principalmente para os novos escritores que não tem tantas chances no mercado editorial impresso. Assim, a internet permite que eles divulguem seus trabalhos de forma mais ampla, atingindo um público maior, o que também pode abrir portas no mercado convencional.
Além disso, coloca o autor diretamente em contato com o público internauta e permite até uma interação maior. Por isso, esse trabalho envolvendo a ciber-literatura é importante, principalmente para os escritores novos, o que está levando os já conhecidos a adotarem o sistema também.
Mas, acredito que o livro impresso não deixará de existir nunca, pois a sensação de entrar em contato com o papel é insubstituível. Entretanto, ambas as formas de colocar a literatura a disposição do leitor são extremamente importantes. Na realidade uma complementa a outra. Creio que, no futuro, ambas coexistirão sem problema algum, não haverá exclusão do modelo convencional em função do novo (ciber-literatura) ou vice-versa.
Carlos: Para os autores, a internet pode ser um lugar ao sol, um início que dificilmente um novo autor consegue com uma editora tradicional.

6. Você tem algum blog que mantém para seus leitores? Além da escrita de livros, você escreve para alguma coluna de jornal, revista ou afim?
Sim, possuo um blog: www.avessasingularidade.blogspot.com.
Não, ainda não tive o privilégio de ser convidada. E não tive tempo de procurar me candidatar. Mas estou à disposição para quem quiser me convidar. Quem se prontifica???? (risos)

7. Este não é o seu primeiro trabalho. Você já tem outros livros já escritos. Fale-nos desses outros livros e se você planeja lançá-los também em ebook:
Na realidade, o livro “Casa de Ventos e Sussurros” foi meu primeiro livro impresso de forma convencional e que estou tendo a grata felicidade de publicar agora pela Cromossomos.
Fechei contrato para publicação de um novo livro, de forma independente, mas com contrato para divulgação, de um livro de Poesias e Crônicas ou Contos, intitulado “Estranhamento”, que também quero ver publicado aqui neste sítio.
Carlos: Esta é uma grande vantagem da publicação independente em ebook, o autor não fica presso a contratos e pode publicar e despublicar sua obra em diversos sítios ao mesmo tempo e divulgá-los como lhe convier. E o leitor ganha com o acesso à literatura por um preço baixo.

8. Qual o seu próximo projeto para livro? Em que você está trabalhando?
No meu blog iniciei uma série poética intitulada Contracturas (título provisório, por enquanto) Este ainda não sei se irei publicar de forma impressa. Havendo interesse em publicá-lo no formato e-book, aqui estou.
Iniciei um novo livro de Contos, ainda sem nome, mas já estou postando alguns em meu blog.
Enviei uma série de contos para a Editora Artes e Ofícios, que ainda está sob análise. Caso não seja aceita, publicarei em e-book e buscarei outra editora, naturalmente.
Tenho um livro de Poesias completamente inéditas, que não posso publicar por enquanto porque está participando de um concurso nacional promovido pela Asabeça. Se eu não ganhar o prêmio regional (suposição plausível, pois só ganhei um concurso de redação até hoje, quando estava no que hoje é conhecido como Ensino Fundamental, fora isso mais nada, risos), buscarei publicá-lo também.
Ainda estou terminando um conto envolvendo zumbis (perdoem-me esta “aberração”, mas sou fascinada pelo estilo - risos), que pretendo publicar tanto na forma impressa quanto em e-book até o início do próximo ano.
Como faço tudo isso, além de trabalhar, comer, dormir e outras coisas? Não sei, meu marido fica louco, mas atura e eu vou me divertindo. (risos)
Carlos: Ah! Também adoro zumbis. Fiquei muito curioso, com esse trabalho seu Adriane. Espero que ele cresça e se transforme em um romance de ficção... os romances de zumbis estão em voga com o sucesso da mash-up Orgulho e Preconceito e Zumbis de Seth Grahame-Simith e Jane Austen. É uma combinação do clássico romance de 1813 de Jane Austen, Orgulho e Preconceito, com elementos da moderna ficção de zumbis. Este livro já vendeu mais de um milhão de cópias e foi traduzido pra mais de 20 línguas.

9. Uma pergunta simples mas com muitos contextos: o que te motiva a escrever?
a) Amo escrever porque me dá a oportunidade de criar algo, de expor minhas ideias, minhas reflexões sobre a vida e o mundo, sobre meu mundo interior. Acho que é minha forma de catarse.
b) Porque gosto de interagir com a opinião dos leitores. O que me dá mais satisfação, não é somente o fato de comprarem algo que escrevi, nem ficar imaginando se serei uma “imortal” algum dia (não tenho tal pretensão), mas saber o que pensaram depois que leram o meu texto, se concordam, se discordam, e o porquê, se as pessoas se identificam ou não, se ao menos as levei a pensarem sobre o assunto.

10. Uma frase para o seus leitores:
Leiam sempre, seja através da internet ou de livros impressos, mas leiam e procurem abrir a mente com essas leituras para as emoções alheias e as suas. Procurem a literatura não apenas como uma forma de distração, mas de humanização, de desenvolverem mais empatia. Creio que foi por isso que fomos dotados com a capacidade de pensar, sentir, falar e escrever.
Para encerrar, obrigada pela oportunidade, Carlos. E para quem me ler, agradeço o interesse.

Carlos: Adriane gostaria muito de agradecer em nome de nossos leitores por nos conceder esta entrevista. Adorei conversar com você e espero que nossos leitores também tenham gostado. Convido-os a deixar aqui suas opiniões e escrever seus comentários. Caso precise de alguma resposta do autor, o Cromossomos Palavras se compromete em intermediar a questão para a Adriane.