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O Homem Mais Rico da Babilônia

O Homem Mais Rico da Babilônia
O Homem Mais Rico da Babilônia
AUTOR(A): George S. Clason

CATEGORIAS: Romance Histórico, Finanças, Educação Financeira, Sociedade, Ciências Humanas e Sociais..

QTD PÁGS.: 113 páginas.

ISBN: .

EPUB
Preço: R$ 9,90

Links da obra:

Veja a sinopse

Leia o primeiro capítulo

Outro(s) título(s):

A Arte da Guerra
A Arte da Guerra

O Príncipe
O Príncipe

Do Contrato Social
Do Contrato Social


Vantagens do livro digital:
Ebook no formato ePub, o padrão internacional do livro digital.
O novo modo de ler livros.
O formato ePUB (Electronic Publication) é um padrão aberto para livros digitais instituído pela IDPF - International Digital Publishing Forum. O ePub foi desenvolvido para que o conteúdo se adapte a qualquer aparelho, o que significa que a visualização do texto pode ser otimizado para diferentes modelos de aparelhos.
Totalmente compatível com iPad, iPhone, smartphone Android, tablet Android, Leitores de livros digitais, PC, etc.

Preço: R$ 9,90

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Sinopse: O Homem Mais Rico da Babilônia

O Homem Mais Rico da Babilônia
O Homem Mais Rico da Babilônia
AUTOR(A): George S. Clason

CATEGORIAS: Romance Histórico, Finanças, Educação Financeira, Sociedade, Ciências Humanas e Sociais..

QTD PÁGS.: 113 páginas.

ISBN: .

EPUB
Preço: R$ 9,90

Vantagens do livro digital:
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O novo modo de ler livros.
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Primeiro Capítulo: O Homem Mais Rico da Babilônia

Primeiro Capítulo: O Homem Mais Rico da Babilônia

O Homem que Desejava Ouro

O Homem Mais Rico da Babilônia Texto Integral
113 páginas

ISBN:


Preço: R$ 9,90


Bansir, o construtor de carruagens de guerra da Babilônia, estava completamente desanimado. Sentado no muro baixo que cercava sua propriedade, ele olhava tristemente para sua casa simples e para a oficina aberta em que se encontrava uma carruagem parcialmente construída.

Sua esposa frequentemente aparecia na porta aberta. Seus olhares furtivos em sua direção lembravam-lhe que o saco de alimentos estava quase vazio e que ele deveria estar trabalhando para terminar a carruagem, martelando e cortando, polindo e pintando, esticando firmemente o couro sobre as rodas, preparando-a para a entrega, para que pudesse receber do seu rico cliente.

No entanto, seu corpo gordo e muscular sentou-se estupidamente em cima da mureta. Sua mente lenta lutava pacientemente com um problema para o qual ele não conseguia encontrar resposta. O sol quente e tropical, tão típico deste vale do Eufrates, batia impiedosamente sobre ele. Gotas de suor formavam-se em sua testa e escorriam despercebidas até perderem-se na selva peluda de seu peito.

Além de sua casa, erguia-se a alta parede em terraços que cercava o palácio do rei. Próximo, cortando os céus azuis, estava a torre pintada do Templo de Bel. Na sombra de tal grandiosidade, ficava sua casa simples e muitas outras muito menos arrumadas e bem cuidadas. Babilônia era assim — uma mistura de grandiosidade e miséria, de riqueza deslumbrante e pobreza extrema, amontoadas sem plano ou sistema dentro das paredes protetoras da cidade.

Atrás dele, se ele tivesse se importado em se virar e olhar, as carruagens barulhentas dos ricos se espremiam e empurravam os comerciantes de sandálias, assim como os mendigos descalços. Até mesmo os ricos eram obrigados a se afastar para as sarjetas para dar passagem às longas filas de carregadores-escravos de água, a serviço do "Rei", cada um carregando um pesado odre de pele de cabra para ser derramado nos jardins suspensos.

Bansir estava tão envolvido em seu próprio problema que não ouviu nem prestou atenção no burburinho confuso da cidade movimentada. Foi o inesperado som de cordas vibrando de uma lira familiar que o despertou de seus devaneios. Ele se virou e olhou para o rosto sensível e sorridente de seu melhor amigo — Kobbi, o músico.

"Que os Deuses te abençoem com grande liberalidade, meu bom amigo", começou Kobbi com uma elaborada saudação. "No entanto, parece que já foram tão generosos contigo que não precisas trabalhar. Eu me alegro contigo em tua boa fortuna. Mais ainda, eu até mesmo dividiria isso contigo. Por favor, do teu bolso, que deve estar abarrotado senão estarias ocupado em tua loja, retira apenas dois humildes shekels e empresta-os para mim até depois do banquete dos nobres esta noite. Não sentirás falta deles antes de serem devolvidos."

"Se eu tivesse dois shekels", respondeu Bansir sombriamente, "eu não poderia emprestá-los a ninguém, nem mesmo a ti, meu melhor amigo; porque eles seriam minha fortuna — toda a minha fortuna. Ninguém empresta toda a sua fortuna, nem mesmo para seu melhor amigo".

"O que", exclamou Kobbi com genuína surpresa, "Tu não tens um shekel em tua bolsa, mas sentas como uma estátua sobre uma mureta! Por que não terminas aquela carruagem? Como mais poderás prover para teu nobre apetite? Esta atitude não se parece com você, meu amigo. Onde está a tua energia interminável? Algo te aflige? Os Deuses te trouxeram problemas?"

"Deve ser um tormento dos Deuses", concordou Bansir. "Começou com um sonho, um sonho sem sentido, no qual eu pensei que era um homem de posses. Do meu cinto pendia uma bolsa elegante, pesada com moedas. Havia shekels que eu lançava com liberdade descuidada aos mendigos; havia peças de prata com as quais eu comprava adornos para minha esposa e tudo o que eu desejava para mim mesmo; havia peças de ouro que me faziam sentir seguro do futuro e sem medo de gastar a prata. Um sentimento glorioso de contentamento estava dentro de mim! Tu não terias me reconhecido como teu amigo trabalhador. Nem terias reconhecido minha esposa, tão livre de rugas era seu rosto e brilhante com felicidade. Ela era novamente a jovem sorridente de nossos primeiros dias de casados."

"Um sonho agradável, de fato", comentou Kobbi, "mas por que sentimentos tão agradáveis como esses te transformaria em uma estátua sombria no muro?"

"De fato! Quando acordei e lembrei-me de quão vazia estava minha bolsa, um sentimento de rebeldia me invadiu. Vamos conversar juntos sobre isso, pois, como dizem os marinheiros, navegamos no mesmo barco, nós dois. Quando éramos jovens, fomos juntos aos sacerdotes para aprender sabedoria. Como jovens, compartilhamos os prazeres um do outro. Como homens crescidos, sempre fomos amigos íntimos. Somos súditos contentes de nosso tipo. Ficamos satisfeitos em trabalhar longas horas e gastar nossos ganhos livremente. Ganhamos muito dinheiro nos anos que se passaram, mas para conhecer as alegrias que vêm da riqueza, temos que sonhar com elas. Bah! Somos mais que ovelhas mudas? Vivemos na cidade mais rica de todo o mundo. Os viajantes dizem que ninguém a iguala em riqueza. Ao nosso redor há muita exibição de riqueza, mas nós mesmos não temos nada disso. Depois de metade de uma vida inteira de trabalho árduo, tu, meu melhor amigo, tens uma bolsa vazia e me dizes: 'Posso pedir emprestado tão pouco como dois shekels até depois do banquete dos nobres esta noite?' Então, o que eu respondo? Digo: 'Aqui está minha bolsa; e seu conteúdo compartilharei com prazer?' Não, admito que minha bolsa esteja tão vazia quanto a tua. O que está acontecendo? Por que não podemos adquirir prata e ouro — mais do que suficiente para comida e roupas?

"Deves considerar também, nossos filhos," Bansir continuou, "eles não estão seguindo os passos de seus pais? Eles e suas famílias, assim como seus filhos e suas famílias, devem passar toda a vida no meio desses tesouros e, ainda assim, serem contentes em banquetear com leite de cabra azedo e mingau, como nós?"

"Nunca, em todos os anos de nossa amizade, tu falaste assim antes, Bansir." Kobbi estava confuso.

"Jamais em todos esses anos eu pensei dessa maneira antes. Desde o amanhecer até a escuridão me parar, eu trabalhei para construir os melhores carros que qualquer homem pudesse fazer, esperando de coração mole que um dia os deuses reconheceriam minhas ações dignas e me concederiam grande prosperidade. Isso eles nunca fizeram. Finalmente, percebo que eles nunca farão isso. Portanto, meu coração está triste. Desejo ser um homem de posses. Desejo possuir terras e gado, ter roupas finas e moedas em minha bolsa. Estou disposto a trabalhar por essas coisas com toda a força em minhas costas, com toda a habilidade em minhas mãos, com toda a astúcia em minha mente, mas desejo que meus trabalhos sejam justamente recompensados. Qual é o problema conosco? Eu te pergunto novamente! Por que não podemos ter nossa justa parcela das coisas boas tão abundantes para aqueles que têm ouro para comprá-las?"

"Gostaria de ter uma resposta!" respondeu Kobbi. "Não estou mais satisfeito do que tu. Meus ganhos com minha lira são rapidamente gastos. Muitas vezes, devo planejar e esquematizar para que minha família não passe fome. Além disso, dentro do meu peito há um desejo profundo por uma lira grande o suficiente para que possa realmente cantar as melodias que surgem em minha mente. Com um instrumento assim, poderia fazer música ainda mais fina do que o rei já ouviu antes."

"Tu deverias ter tal lira. Nenhum homem em toda Babilônia poderia fazê-la cantar mais docemente; poderia fazê-la cantar tão docemente que não apenas o rei, mas os próprios Deuses ficariam encantados. Mas como poderias consegui-la enquanto ambos somos pobres como os escravos do rei? Escuta o sino! Aqui vêm eles." Ele apontou para a longa coluna de carregadores de água meio nus, suando e se esforçando para subir a estreita rua do rio. Cinco homens de largura marchavam, cada um curvado sob uma pesada pele de cabra cheia de água.

"O que os lidera é um homem de aparência nobre", disse Kobbi apontando para o homem que usava o sino e marchava na frente sem carregar uma carga. "É fácil de ver que é um homem proeminente em sua própria terra."

"Há muitas boas figuras na fila," concordou Bansir, "homens tão bons quanto nós. Homens altos e loiros do norte, homens negros e alegres do sul, pequenos homens marrons dos países próximos. Todos marchando vindo do rio em direção aos jardins, para frente e para trás, dia após dia, ano após ano. Nada de felicidade para esperar. Camas de palha para dormir e mingau de grãos duros para comer. Coitados dos brutos, Kobbi!"

"Eu até sinto pena deles, mas você me fez perceber que nós, que nos chamamos de homens livres, não estamos muito melhores."

"Isso é verdade, Kobbi, por mais desagradável que seja essa ideia. Nós não queremos continuar ano após ano vivendo vidas de escravidão. Trabalhando, trabalhando, trabalhando! Sem chegar a lugar nenhum."

"Não poderíamos descobrir como outros adquirem ouro e fazer o mesmo?" perguntou Kobbi.

"Talvez haja algum segredo que possamos aprender se procurarmos aqueles que sabem," respondeu Bansir pensativamente.

"Neste mesmo dia", sugeriu Kobbi, "eu encontrei o nosso velho amigo, Arkad, andando em seu carro dourado. Posso dizer que ele não me olhou com superioridade como muitos de sua posição poderiam achar que têm o direito de fazer. Em vez disso, ele acenou para que todos pudessem ver e mostrou seu sorriso amigável."

"Dizem que ele é o homem mais rico de toda Babilônia", refletiu Bansir.

"Tão rico que se diz que o rei busca sua ajuda em assuntos do tesouro", respondeu Kobbi. "Tão rico", interrompeu Bansir, "que eu temo que se eu o encontrasse no escuro da noite, eu colocaria minhas mãos em sua carteira gorda."

"Besteira", repreendeu Kobbi, "a riqueza de um homem não está na bolsa que ele carrega. Uma bolsa gorda esvazia rapidamente se não houver um fluxo constante de ouro para enchê-la. Arkad tem uma renda que constantemente mantém sua bolsa cheia, não importa o quanto ele gaste."

"Renda, é disso que estou falando", exclamou Bansir. "Eu desejo uma renda que continue fluindo para minha bolsa, quer eu esteja sentado na parede ou viajando para terras distantes. Arkad deve saber como um homem pode criar uma renda para si mesmo. Será que ele poderia explicar isso para uma mente tão lenta quanto a minha?"

"Eu acho que ele ensinou seu conhecimento ao filho dele, Nomasir", respondeu Kobbi. "Ele não foi para Nínive e, segundo dizem no albergue, tornou-se, sem a ajuda de seu pai, um dos homens mais ricos daquela cidade?"

"Kobbi, você traz para mim um pensamento raro", disse Bansir com um novo brilho nos olhos. "Não custa nada pedir um conselho sábio de um bom amigo, e Arkad sempre foi isso. Não importa que nossas bolsas estejam tão vazias quanto o ninho do falcão de um ano atrás. Não deixemos que isso nos detenha. Estamos cansados de estar sem ouro em meio à abundância. Queremos nos tornar homens de recursos. Vamos, vamos até Arkad e perguntar como nós também podemos adquirir rendas para nós mesmos."

"Você está falando com muita inspiração, Bansir. Me fez perceber uma coisa importante: nunca ficamos ricos porque nunca nos esforçamos para isso. Você se dedicou a construir as melhores carruagens de Babilônia e teve sucesso nisso. Eu me dediquei a tocar lira com habilidade e também consegui sucesso nisso."

"Nas coisas para as quais nos dedicamos com afinco, tivemos sucesso. Os deuses estavam satisfeitos em nos deixar seguir assim. Mas agora, finalmente, vemos uma luz brilhante como a do sol nascente. Ela nos chama para aprender mais e assim prosperar mais. Com essa nova compreensão, encontraremos maneiras honradas de alcançar nossos desejos."

"Ótima ideia, Bansir", Kobbi concordou. "Vamos procurar Arkad ainda hoje. E também vamos convidar outros amigos de nossa juventude, que não tiveram mais sucesso que nós, para se juntarem a nós e compartilharem de sua sabedoria."

"Sempre foste assim, cuidadoso com teus amigos, Bansir. É por isso que tens tantos amigos. Será como dizes. Vamos ainda hoje e levá-los conosco."

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Leia a sinopse.

Persuasão

Persuasão
Persuasão
AUTOR(A): Jane Austen

CATEGORIAS: Romance, Drama..

QTD PÁGS.: 300 páginas.

ISBN: .

EPUB
Preço: R$ 5,05

Links da obra:

Veja a sinopse

Leia o primeiro capítulo

Outro(s) título(s):

Orgulho e Preconceito
Orgulho e Preconceito

Emma
Emma

Jane Eyre
Jane Eyre


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Sinopse: Persuasão

Persuasão
Persuasão
AUTOR(A): Jane Austen

CATEGORIAS: Romance, Drama..

QTD PÁGS.: 300 páginas.

ISBN: .

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Preço: R$ 5,05

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Primeiro Capítulo: Persuasão

Primeiro Capítulo: Persuasão

Capítulo Um



Persuasão Texto Integral
300 páginas

ISBN:


Preço: R$ 5,05


Sir Walter Elliot, do Solar de Kellynch, em Somersetshire, era um homem que, para se distrair, nunca pegava num livro, com excepção dos Anais dos Baronetes; aí encontrava ele ocupação para as horas de ócio e consolação para as horas tristes; aí sentia ele estimulados o respeito e a admiração, ao contemplar o pouco que restava dos primeiros títulos nobiliárquicos; aí, quaisquer sensações desagradáveis provocadas por assuntos de natureza doméstica transformavam-se naturalmente em pena e desdém. Quando acabava de folhear a quase interminável lista de pares criados no último século – e aí, se todas as outras páginas não surtissem efeito, ele lia a sua própria história com um interesse que nunca esmorecia – chegava à página em que o seu volume favorito era sempre aberto: ELLIOT DO SOLAR DE KELLYNCH.

Walter Elliot, nascido em 1 de Março de 1760, casado em 15 de Julho de 1784, com Elizabeth, filha de James Stevenson, de South Park, condado de Gloucester; desta senhora (falecida em 1800) nasceram Elizabeth, nascida a 1 de Junho de 1785; Anne, nascida a 9 de Agosto de 1787; um filho nado-morto a 5 de Novembro de 1789; Mary, nascida a 2 de Novembro de 1791.

– Fora exatamente assim que o parágrafo saíra originalmente da impressão; mas Sir Walter tinha-o beneficiado, acrescentando estas palavras, na informação sobre si próprio e a sua família: depois da data de nascimento de Mary – casada, em 16 de Dezembro de 1810, com Charles, filho e herdeiro de Charles Musgrove, Esq. de Uppercross, condado de Somerset – e introduzindo, com maior exatidão, o dia do mês em que perdera a mulher.

Depois, seguia-se a história da ascensão da antiga e respeitável família, nos termos habituais; como viera para Cheshire, como era mencionada em Dugdale – ocupando o cargo de xerife, representando a vila em três sessões parlamentares sucessivas; manifestações de lealdade, o título de baronete, no primeiro ano do reinado de Charles II, e todas as Marys e Elizabeths com quem se tinham casado; formando, ao todo, duas belas páginas duodecimal e concluindo com as armas e a divisa: "Residência principal, Kellynch Hall, no condado de Somerset", e de novo a letra de Sir Walter no fim:

Presumível herdeiro, William Walter Elliot, Esq., bisneto do segundo Sir Walter. A vaidade era o princípio e o fim do carácter de Sir Walter: vaidade pela sua pessoa e posição. Ele tinha sido extraordinariamente belo na sua juventude; e, aos 55 anos, ainda era um homem muito atraente. Poucas mulheres se preocupavam mais com o seu aspecto do que ele; nem o criado pessoal de um lorde que tivesse acabado de receber este título se sentiria tão satisfeito com o seu lugar na sociedade. Ele considerava a bênção da beleza inferior apenas à bênção de ser baronete; e Sir Walter Elliot, que possuía ambos os dons, era o objecto constante do seu mais caloroso respeito e admiração.

Ele sentia gratidão pela sua elegância e posição social, pois certamente lhes devia o fato de ter arranjado uma mulher de carácter muito superior ao que o seu próprio carácter merecia.

Lady Elliot tinha sido uma excelente mulher, sensata e dócil, cujo discernimento e conduta, se lhe for perdoada a paixoneta juvenil que fez dela Lady Elliot, nunca, depois disso, mereceram a menor censura. Durante dezassete anos, ela minimizara, escondera ou desculpara os defeitos dele e promovera a sua verdadeira respeitabilidade; e, embora ela própria não fosse a pessoa mais feliz do mundo, acabou por encontrar, nas suas obrigações, nos seus amigos e nas filhas, satisfação suficiente para que tivesse apego à vida e não se sentisse indiferente quando chegou a hora de os deixar. Três meninas, as duas mais velhas com 16 e 14 anos, constituíam uma herança terrível para qualquer mãe deixar; ou, por outra, para confiar à autoridade e orientação de um pai presunçoso e tolo. Ela tinha, porém, uma amiga muito íntima, uma mulher sensata e digna que ela tinha convencido, com a sua grande amizade, a vir viver perto dela, na aldeia de Kellynch; e Lady Elliot confiava sobretudo na sua generosidade e nos seus bons conselhos para ajudar a manter os bons princípios e ensinamentos que ela transmitira empenhadamente às filhas.

Esta amiga e Sir Walter não se casaram, ao contrário do que as suas relações poderiam levar a supor. Passados treze anos sobre a morte de Lady Elliot, ainda eram vizinhos e amigos íntimos; e ele continuava viúvo, e ela, viúva.

O fato de Lady Russell, uma mulher com maturidade de idade e de carácter e com uma situação econômica extremamente boa, não pensar num segundo casamento, não necessita de qualquer justificação perante o público, o qual tende a ficar, absurdamente, mais descontente quando uma mulher volta a casar-se do que quando ela não se casa; mas o fato de Sir Walter continuar viúvo exige uma explicação. Faça-se saber, pois, que Sir Walter, como um bom pai (tendo sofrido uma ou duas desilusões com pretendentes muito pouco razoáveis), orgulhava-se de continuar solteiro por causa da sua querida filha. Por uma filha, a mais velha, ele teria desistido de qualquer coisa, o que não se sentira muito tentado a fazer. Elizabeth tinha, aos 16 anos, sucedido À mãe em direitos e importância, em tudo que era possível, e, sendo muito bonita e muito parecida com o pai, exercera sempre grande influência sobre ele; davam-se muito bem.

As outras duas filhas tinham menor importância. Mary adquirira alguma notoriedade artificial ao tornar-se Sra. Charles Musgrove; mas Anne, com uma elegância de espírito e doçura de carácter que lhe teriam granjeado a admiração de pessoas de discernimento, não era ninguém aos olhos do pai, nem dos da irmã; a sua palavra não tinha qualquer peso; era sempre obrigada a ceder – era apenas Anne.

Para Lady Russell, contudo, ela era uma afilhada predileta e uma amiga muito querida e estimada. Lady Russell gostava delas todas; mas era apenas em Anne que ela imaginava que a mãe pudesse reviver.

Alguns anos antes, Anne Elliot tinha sido uma menina muito bonita, mas cedo perdera a sua frescura; e, como mesmo no seu auge da sua beleza, o pai tinha visto muito pouco nela que fosse digno de admiração (tão diferentes dos dele eram os seus traços delicados e os suaves olhos escuros), agora, que ela estava murcha e magra, não podia haver nada neles que pudesse provocar o seu apreço. Ele nunca tivera muita esperança, e agora não tinha nenhuma, de ler o nome dela em qualquer outra página da sua obra preferida. Toda a esperança de uma aliança de termos de igualdade residia em Elizabeth; pois Mary tinha-se apenas ligado a uma respeitável família rural antiga com uma grande fortuna e tinha, portanto, concedido toda a honra sem ter recebido nenhuma; Elizabeth faria, mais cedo ou mais tarde, um casamento vantajoso.

Acontece, por vezes, que uma mulher é mais bonita aos 29 anos do que dez anos antes; e, de um modo geral, se não se sofreu de doença ou ansiedade, é uma idade em que pouco encanto se perdeu. Era o que se passava com Elizabeth; ainda era a bela Menina Elliot que começara a tornar-se assim treze anos antes; poder-se-á, pois, desculpar Sir Walter por ele se esquecer da idade dela ou, pelo menos, considerá-lo apenas meio tolo, por julgar que ele próprio e Elizabeth conservavam a mesma frescura de sempre, no meio da ruína da beleza de todos os outros, pois ele via claramente como o resto da sua família e os seus conhecidos estavam a envelhecer. Anne, magra, Mary, grosseira, todos os rostos da vizinhança pioravam; e há muito que o rápido aumento dos pés de galinha nas têmporas de Lady Russell o entristecia.

Elizabeth não sentia exatamente a mesma satisfação pessoal que o pai. há treze anos que era senhora de Kellynch Hall, supervisionando e dando ordens com uma autoconfiança e decisão que nunca poderiam ter dado a ideia de ela ser mais nova do que realmente era. Durante treze anos, tinha feito as honras da casa, repreendendo, tomando a dianteira ao dirigir-se para o coche e seguindo imediatamente atrás de Lady Russell ao sair de todas as salas de visitas e de jantar do país. As geadas de treze Invernos tinham-na visto abrir todos os bailes dignos de registo que uma pequena localidade conseguia dar; e, durante treze Primaveras, as plantas tinham mostrado as suas flores quando ela viajava para Londres com o pai, para desfrutar, uma vez por ano, das diversões do grande mundo. Ela lembrava-se de tudo isto, tinha consciência de ter 29 anos, o que lhe provocava alguma pena e apreensão. Sabia que ainda era muito bonita; mas sentia os anos perigosos aproximarem-se, e gostaria de ter a certeza de que um verdadeiro baronete iria pedir a sua mão dentro de um ano ou dois. Nessa altura, talvez voltasse a pegar no livro dos livros com tanto prazer como nos anos da sua juventude; mas, naquele momento, ela não gostava dele. Deparar-se constantemente com a data do seu nascimento e não ver nenhum casamento à frente desta excepto o de uma irmã mais nova tornavam o livro um mal; e, mais de uma vez, depois de o pai o ter deixado aberto em cima da mesa a seu lado, ela tinha-o fechado e empurrado para longe, desviando os olhos.

Além disso, ela sofrera uma desilusão que aquele livro, especialmente a história da sua família, lhe fazia sempre recordar.

O presumível herdeiro, o mesmo William Walter Elliot, Esq., cujos direitos tinham sido tão generosamente apoiados pelo pai, tinha-a desiludido.

Desde menina, desde que soubera que, se não tivesse irmãos, ele seria o futuro baronete, que ela tencionava casar-se com ele; e o pai sempre quisera que ela o fizesse. Eles não o tinham conhecido em pequeno, mas, pouco depois da morte de Lady Elliot, Sir Walter esforçara-se por se aproximar dele e, embora os seus esforços não tivessem sido recebidos com calor, ele insistira em fazê-los, atribuindo a falta de entusiasmo à timidez da juventude; e, numa das viagens de Primavera a Londres, quando Elizabeth acabara de desabrochar, o Sr. Elliot fora-lhe forçosamente apresentado.

Ele era, nessa altura, muito jovem e iniciara recentemente os seus estudos de Direito. Elizabeth achara-o extremamente simpático, e todos os planos a favor dele tinham sido reforçados. Ele fora convidado a ir ao Solar de Kellynch; falaram nele e esperaram-no o resto do ano, mas ele nunca apareceu. Na Primavera seguinte, encontraram-no de novo na cidade, acharam-no igualmente simpático, e foi mais uma vez encorajado, convidado e esperado e, novamente não apareceu; as notícias seguintes foram que ele se tinha casado. Em vez de agir de acordo com a linha traçada para o herdeiro da casa de Elliot, ele comprara a independência unindo-se a uma mulherárica, de nascimento inferior.

Sir Walter ficara ofendido. Como chefe da família, ele achava que deveria ter sido consultado, especialmente depois de o ter acompanhado em público:

– Porque nós devemos ter sido vistos juntos – comentou ele –, uma vez no Tattersal e duas vezes no trio da Casa dos Comuns – O seu desagrado foi manifestado, mas, aparentemente, pouca importância lhe foi atribuída. O Sr. Elliot não tentou apresentar quaisquer desculpas nem mostrou qualquer interesse em ser notado pela família; do mesmo modo, Sir Walter considerou que ele não merecia fazer parte dela; todas as relações entre eles tinham cessado.

Ao fim de vários anos, esta embaraçosa história do Sr. Elliot ainda provocava raiva em Elizabeth, que tinha gostado do homem por ele próprio e ainda mais por ser o herdeiro do pai, cujo forte orgulho familiar via somente nele um partido adequado para a filha mais velha de Sir Walter Elliot. Não havia, de A a X, um baronete que os seus sentimentos reconhecessem tão facilmente como seu igual. No entanto, ele tinha agido tão miseravelmente que, embora usasse atualmente (no Verão de 1814) uma fita de luto pela mulher, ela não punha a hipótese de ele merecer que voltasse a pensar nele. A vergonha do seu primeiro casamento talvez pudesse ser ultrapassada, pois não havia motivo para supor que o mesmo tivesse sido perpetuado através de quaisquer filhos, se ele não tivesse feito pior; mas ele fizera pior, conforme tinham sido informados pela habitual intromissão de amigos amáveis, e falara muito desrespeitosamente de todos eles, e com muito desdém do próprio sangue que lhe corria nas veias e do título que futuramente seria seu. Isto não podia ser perdoado.

Estes eram os sentimentos e as sensações de Elizabeth Elliot; estas eram as preocupações que a incomodavam, a agitação que perturbava a monotonia, a elegância, a prosperidade e o vazio da cena da sua vida – estes eram os sentimentos que conferiam interesse a uma longa e rotineira residência numa pequena localidade, preenchendo o vazio que não podia ser ocupado com hábitos de serviço no estrangeiro nem com talentos ou feitos levados a cabo no país.

Mas, agora, outra ocupação ou preocupação da mente começava a ser adicionada a estas. O pai estava a ficar aflito com falta de dinheiro. Ela sabia que, quando ele agora pegava no registo de baronetes, era para afastar do pensamento as pesadas contas dos comerciantes e as desagradáveis insinuações do Dr. Shepherd, seu procurador. O patrimônio Kellynch era bom, mas não igualava a concepção que Sir Walter fazia da magnificência exigida ao seu dono. Enquanto Lady Elliot fora viva, tinha havido método, moderação e economia, o que mantivera os gastos dentro dos seus rendimentos, mas, juntamente com ela, tinham morrido também todos esses bons princípios e, desde então, ele excedia-os constantemente. Não lhe tinha sido possível gastar menos; ele não tinha feito nada a não ser o que Sir Walter Elliot era obrigado a fazer; mas, embora não tivesse qualquer culpa, ele não só estava a endividar-se terrivelmente como ouvia esse fato referido com tanta frequência que se tornara inútil escondê-lo, mesmo parcialmente, da filha. Chegara a fazer algumas alusões a esse fato na Primavera anterior, na cidade; até tinha dito:

– Será possível economizar? Ocorre-te algum artigo em que possamos poupar?

E Elizabeth, justiça lhe seja feita, tinha, no primeiro ardor de alarme feminino, começado a pensar seriamente no que poderia ser feito e propusera duas linhas de economia: cortar pois algumas ações de caridade desnecessárias e não remodelar a sala de visitas; a essas medidas ela acrescentou mais tarde a feliz ideia de não levar nenhum presente a Anne, como era costume fazerem todos os anos. Mas estas medidas, por muito boas que fossem, mostraram-se insuficientes para a extensão do mal, cuja magnitude Sir Walter se viu obrigado a confessar-lhe pouco depois. Elizabeth não tinha nada de maior eficácia a propor; sentiu-se, tal como o pai, maltratada e infeliz; e nenhum deles conseguiu imaginar meios de diminuir as despesas sem comprometer a sua dignidade nem sem se verem privados do conforto mínimo.

Sir Walter podia vender apenas uma pequena parte dos seus bens; mas, ainda que ele pudesse vender todas as suas terras, isso não teria feito qualquer diferença. Ele tinha concordado em hipotecar tanto quanto lhe fora possível, mas nunca concordaria em vender. Nunca faria recair tamanha vergonha sobre o se nome. O patrimônio Kellynch seria transmitido completo e integral, tal como o recebera.

Foi pedido aos seus dois amigos íntimos, o Dr. Shepherd, que vivia na cidade vizinha onde o mercado se realizava, e Lady Russell, que viessem aconselhá-los; e, tanto o pai como a filha, pareciam esperar que um ou outro tivesse uma ideia que fizesse desaparecer os seus problemas e reduzisse as despesas sem que isso acarretasse o sacrifício da satisfação dos seus prazeres ou do orgulho.

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O Homem Invisível

O Homem Invisível
O Homem Invisível
AUTOR(A): H. G. Wells

CATEGORIAS: Aventura, Ação, Ficção Científica..

QTD PÁGS.: 190 páginas.

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Outro(s) título(s):

A Ilha do Dr Moreau
A Ilha do Dr Moreau

A Máquina do Tempo
A Máquina do Tempo

Guerra dos Mundos
Guerra dos Mundos


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O formato ePUB (Electronic Publication) é um padrão aberto para livros digitais instituído pela IDPF - International Digital Publishing Forum. O ePub foi desenvolvido para que o conteúdo se adapte a qualquer aparelho, o que significa que a visualização do texto pode ser otimizado para diferentes modelos de aparelhos.
Totalmente compatível com iPad, iPhone, smartphone Android, tablet Android, Leitores de livros digitais, PC, etc.

Preço: R$ 5,05

Saiba um pouco mais sobre ePub e como ler este livro no celular, iPad e/ou PC.

Sinopse: O Homem Invisível

O Homem Invisível
O Homem Invisível
AUTOR(A): H. G. Wells

CATEGORIAS: Aventura, Ação, Ficção Científica..

QTD PÁGS.: 190 páginas.

ISBN: .

EPUB
Preço: R$ 5,05

Vantagens do livro digital:
Ebook no formato ePub, o padrão internacional do livro digital.
O novo modo de ler livros.
O formato ePUB (Electronic Publication) é um padrão aberto para livros digitais instituído pela IDPF - International Digital Publishing Forum. O ePub foi desenvolvido para que o conteúdo se adapte a qualquer aparelho, o que significa que a visualização do texto pode ser otimizado para diferentes modelos de aparelhos.
Totalmente compatível com iPad, iPhone, smartphone Android, tablet Android, Leitores de livros digitais, PC, etc.

Preço: R$ 5,05

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